Vamos falar de dinheiro?
Fonte imagem:http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfP4QAK/cartilha3-planejamento-financeiro
Após ler uma matéria
interessante sobre finanças pessoais na VOCÊ S/A de Maio/2015 (http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/204/
)pensei em contar um pouquinho aqui pra vocês como vai nosso planejamento
financeiro para a imigração.
Acho que será um post longuinho,
porque não tem como não ser. Vou tentar resumir ao máximo em tópicos.
Bom, quando começamos o Projeto
QC (como gosto de chamá-lo), não tínhamos um centavo para imigrar. Inclusive
estávamos com a conta negativa devido às decisões que tomamos que não veem ao
caso.
Quando iniciamos o planejamento,
sentamos e pensamos: OK. Queremos imigrar, mas como?
Não tínhamos dinheiro para o
francês, para o processo, para uma viagem de reconhecimento para o mari, não tínhamos
dinheiro para imigrar! Precisávamos rever nossas finanças e ver a quantidade de
caldo que podíamos espremer dessa laranja.
Eu tentava fazer nosso
planejamento financeiro há mais de 3 anos, mas nunca conseguia. Não conseguíamos
montar e acompanhar uma planilha simples de planejamento. Ou se conseguíamos planejar,
não conseguíamos nos ater ao plano. Sempre gastávamos mais, estourávamos o
cartão de crédito e aí virava uma montanha de juros no cheque especial.
Foi aí que estruturamos uma
planilha simples no final de 2013 com todos os nossos custos mensais de 2014,
2015 e 2016. Confirmamos o que já sabíamos. Nossa situação precisava melhorar
do contrário nosso desejo não seria realizado. Dessa reflexão, saíram algumas
ações:
SAINDO DOS JUROS DO CHEQUE ESPECIAL
Tomamos um empréstimo consignado
na empresa que trabalho a juros baixíssimos na época para substituir o alto juro
do cheque especial. Substituir a dívida atual por uma mais barata é recomendado
pelos especialistas em finanças pessoais.
MORADIA
Há quase 3 anos financiamos nosso
primeiro imóvel em 30 suaves prestações (antes do projeto QC). E isso
comprometia grande parte de nossa renda, pois havia além da prestação a despesa
de condomínio.
Ações tomadas:
- Locamos o apartamento para
cobrir os custos de prestação e condomínio;
- Locamos uma casa de fundo de 3
cômodos para morarmos por 50% do custo que tínhamos e parte da renda da locação
do apartamento ainda cobriu os custos.
Pensamos em vender o imóvel para
quitar a dívida de financiamento e utilizar o restante do valor para a
imigração (chegamos até anunciá-lo) mas pela demora na venda decidimos pelo
aluguel que foi bem mais rápido e mais tarde decidiremos o que fazer.
TRANSPORTE
Financiamos um carro zero no início
de 2013.
Ações imediatas:
Vendemos o carro para nos livrar
dos custos de combustível, IPVA, Seguro e manutenção. Passamos a andar de
ônibus (coisa que eu detesto em minha cidade), e nos surpreendemos o quanto é mais
barato e nem tão sofrido assim quando se tem um objetivo. Ah. Utilizo o fretado
da empresa para locomoção ao trabalho e meu marido utiliza o coletivo.
LAZER
Não viajamos mais, mas não
deixamos de fazer pequenas coisas que nos dão prazer como ir ao cinema, levar nossas
sobrinhas para passear (adoramos isso) reunir a família para um bom churrasco
de domingo. Porém o orçamento foi bem reduzido. Mas.. Coisas grandes como viagens
internacionais ou até mesmo nacionais foram postas em 5º plano (exceção ao séjour
do mari que entrou no planejamento).
ALIMENTAÇÃO
Nos ativemos ao meu vale refeição
e vale alimentação fornecidos pela empresa que era mais que suficiente para passarmos
o mês. Eliminamos os gastos supérfluos no supermercado. Começamos a fazer
compras mais conscientes, nos atendo ao saldo do cartão que começou a sobrar
algumas vezes.
PLANEJAMENTO DE PRIMEIRO ANO NO CANADÁ.
Bom, iniciamos a montagem do
budget para o primeiro ano canadense. Somos um casal simples e nossa meta era ter
um recomeço tranquilo no Canadá considerando o tempo de 6 meses para um dos
dois estar empregado ganhando ao menos um salário mínimo.
DISCIPLINA FINANCEIRA PARA POUPAR.
Definimos metas mensais para
atingir o objetivo de quanto queríamos na poupança na chegada ao Canadá. Essa
meta de poupança mensal, tornou-se como uma parcela de uma dívida que deveríamos
pagar todo mês (inclusive agendei todos os depósitos automaticamente de nossa
conta corrente para poupança). Acompanhamento semanal nos primeiros 6 meses fez
parte da disciplina e logo passamos a acompanhar quinzenalmente e depois
semanalmente, tratando os desvios (óbvio que ainda existiam mas infinitamente
menores e eram tratados logo no mês seguinte).
ENGAJAMENTO DE TODOS OS INTEGRANTES DA FAMÍLIA
Outro ponto crucial é todos
estarem engajados na execução do planejamento. Temos sim que falar de dinheiro
nas conversas domésticas e qualquer decisão que envolva o mesmo deve ser
discutida e tomadas em conjunto. O objetivo da poupança deve ser claro e do
contrário correm o risco de não serem alcançados.
RESULTADO
Ainda não chegamos no Canadá, mas
agora na reta final para o Plano B (college, especialização, sei lá ainda, com
dinheiro temos as opções mais abertas) nossa poupança está seguindo o planejado
e com certeza atingiremos nossa meta.
Recomendo a todos a fazerem essa
reflexão pessoal antes de acharem que realmente tudo está perdido, e que não
podem realizar seus projetos. Na internet há muito conhecimento sobre o tema
que pode auxiliar muito. Os que mais leio são:
Gustavo Cerbasi, autor do livro Casais Inteligentes Henriquecem
Juntos
Mauro Halfeld especialista em finanças pessoais e comentarista da rádio
CBN Dinheiro.
Logicamente, tudo o que eu falei trata-se
de nossa realidade, já que somos um casal sem filhos e de hábitos de consumo muito
simples o que torna algumas decisões um pouco mais fáceis de serem tomadas. O
que é supérfluo pra nós, pode não ser supérfluo pra vocês!
Fiquem a vontade para comentar. Enriqueça-nos
com suas experiências. Espero que este post contribua de forma positiva para vocês
futuros imigrantes.
À toute à l’heure.
Julie.